O curioso mundo das celebridades

Quem acompanha o Controle Remoto, sabe que ontem estive presente na entrega do Prêmio Multishow e em seguida fui para uma “festinha” VIP com um pessoal bacana. O conjunto da noite foi sensacional, mas algumas questões tornam-se pertinentes de comentários.

É inacreditável a diferença de comportamento entre uma celebridade de verdade e uma celebridade de esgoto, daquela que é admirada somente por pessoas com QI abaixo do padrão aceito pela sociedade para definir o indivíduo como inteligente. Vejam bem, não estou me colocando acima de ninguém, mas há de se concordar que uma pessoa pertencente ao fã clube de NxZero, Banda Cine ou de algum ex-BBB não merece muita atenção. Devemos respeitar seu gosto e não tentar qualquer tipo de imposição, mas não dá para não julgar. Pois bem, eu estive cercado por esse tipo de celebridade.

Vi Caetano, Milton, Arnaldo Antunes, integrantes do Skank, Capital, entre outras bandas, todos comportando-se da maneira que esperamos de um ídolo. Centrados, divertindo-se em seu próprio espaço, tratando os fãs com carisma e tornando a festa mais interessante. O mesmo pude observar na festa de lançamento da novela Caminho das Índias, em 2008, quando dividi a pista de dança com Alexandre Borges, Stênio Garcia, entre outros, e dançamos como se fôssemos colegas. Mas não é isso que podemos observar nas pseudo-pop-celebridades.

Quando alguém tenta ao máximo parecer que é famoso, é sinal de que ele não é tão famoso quanto gostaria e sua excentricidade o torna patético. Seguir câmeras, ficar desfilando de um lado pro outro, correr atrás de “fãzocas”, vestir-se sempre tentando “causar”, são sintomas das celebridades de esgoto. Ídolo que é ídolo põe uma calça comum, uma camisa social e sai na capa do jornal. Ele não tenta, não precisa disso.

Já pessoas como Bianca Jahara (ex-BBB), Preta Gil e Di (vocalista do Nx) precisam. Observar o comportamento dessas pessoas é uma das coisas mais divertidas nesse tipo de evento. Para começar, nunca param no mesmo local por mais de 5 segundos. Parece que necessitam rodar o ambiente treze milhões de vezes para que, assim, não corram o risco de não passar por algum fotógrafo, eles precisam de todos os flashes, principalmente Di, que tratou logo de dar a mão para a moreninha de Malhação (desculpe, não faço idéia do nome, só sei que é sua namorada) e arrastá-la em seus passeios em busca de fotos, reconhecimento, autógrafos e gritinhos de fãs. Vejam bem, não estou supondo, estou relatando.

Muito me preocupa esse comportamento dos novos ídolos do Brasil, principalmente no mundo da música. As bandas emo nunca estiveram tão em alta, principalmente agora que Fresno venceu o prêmio de melhor grupo do ano, o reflexo da opinião pública. E não me venham com o papo de que Fresno não é emo, com aquela vozinha fina e o som que fazem, têm sorte de não serem considerados banda ema. Para piorar, a tal Banda Cine venceu como revelação do ano e NxZero como melhor CD. É claro que não estou aqui para dizer: “isso tudo é um lixo!”, apesar de achar. O que me preocupa é a admiração por mentes vazias, letras vazias, corpos vazios, tudo vazio. Saímos de uma sociedade que se encantava por letras inteligentíssimas criadas no período da Ditadura na tentativa de driblar a censura e causar sentimentos de verdade dentro da sociedade, para letras insignificantes escritas por jovens que não possuem a menor idéia do que estão fazendo e o que representam. Arrotam versos bobos sobre sentimentos superficiais E artificiais, engolidos pelos jovens e influenciando muitas de suas atitudes. Isso é o que me preocupa, afinal, como já disse muitas vezes, somos o resultado de influências e os ídolos constituem uma parcela significativa nesse quesito.